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Diabetes

Highlights ADA 2022: dulaglutida em jovens com DM2

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Escrito por Ícaro Sampaio

A prevalência de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) tem aumentado de forma dramática em pessoas jovens. Tal dado preocupa, pois há evidências de que, nessa faixa etária (com menos de 40 anos), o DM2 costuma evoluir com uma deterioração mais rápida da função das células β do que é visto nas formas de início tardio. Além disso, os jovens com DM2 parecem ter um risco maior de complicações do que aqueles com diabetes mellitus tipo 1.

Diante desse cenário, são animadores os resultados de um novo estudo apresentado no congresso da American Diabetes Association – ADA 2022. Os dados do AWARD-PEDS sugerem que um agonista do receptor de peptídeo semelhante a glucagon 1 – GLP-1, a dulaglutida, pode melhorar o controle glicêmico em jovens com DM2, com um perfil de segurança consistente com o observado em pacientes adultos.

O AWARD-PEDS foi um estudo de fase 3, randomizado, controlado por placebo, de superioridade que envolveu pacientes com 10 anos ou mais, mas com menos de 18 anos que estavam sendo tratados com ou sem metformina ou insulina basal. Além da idade, foram critérios de inclusão um índice de massa corporal maior que o percentil 85 e um nível de hemoglobina glicada de mais de 6,5%, desde que abaixo de 11%. Os participantes elegíveis foram randomizados 1:1:1 para receber injeções subcutâneas uma vez por semana de dulaglutida (0,75 mg e 1,5 mg) ou placebo, por 26 semanas, seguido por um período aberto de mais 26 semanas.

Com relação aos resultados, após 26 semanas, a HbA1c média aumentou 0,6% no grupo placebo e diminuiu 0,6% no grupo dulaglutida 0,75 mg e 0,9% no grupo dulaglutida 1,5 mg (p < 0,001 para ambas as comparações versus placebo). Também em 26 semanas, mais participantes nos grupos dulaglutida apresentaram HbA1c < 7,0% (51% vs 14%; p < 0,001). A glicemia de jejum aumentou no grupo placebo (+17,1 mg/dL) e diminuiu nos grupos dulaglutida (-18,9 mg/dL; p < 0,001). Não houve diferenças entre os grupos quanto a mudança no IMC.

No que se refere à incidência de eventos adversos gastrointestinais, foi maior com a terapia com dulaglutida relação ao placebo, mas foram principalmente leves e mais prováveis de ocorrer logo após o início do tratamento. A medicação demonstrou, dessa forma, um perfil de segurança consistente com o já relatado em adultos.

Não resta dúvidas de que os resultados do AWARD-PEDS são um passo importante no tratamento de adolescentes com DM2. A dulaglutida surge como uma alternativa para obter um melhor controle glicêmico e prevenir as temidas complicações associadas ao diabetes nessa população.



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Sobre o autor

Ícaro Sampaio

Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco
Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro - BA
Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE
Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Editor Endocrinopapers
Médico Endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

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