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Vitaminas são essenciais, a suplementação não!

Escrito por Luciano Albuquerque

Vitaminas são micronutrientes essenciais, necessários em pequenas quantidades para o correto funcionamento do organismo. O termo “essencial” se aplica pela insuficiência da produção endógena, de forma que tais elementos precisam fazer parte da composição nutricional. As vitaminas desempenham diversas funções. Vitamina A regula crescimento e diferenciação celular. Vitamina D é fundamental no metabolismo ósseo. Vitaminas C e E são anti-oxidantes. Vitaminas do complexo B atuam como cofatores, regulando diversas vias metabólicas. Diante de tantos benefícios, a idéia de suplementação desses nutrientes, em busca de melhorias na saúde sempre fez parte do imaginário popular ao longo da história. Mais da metade dos adultos nos EUA toma suplementos. Em 2021, foram gastos cerca de US$ 50 bilhões em suplementos naquele país, com investimentos de cerca de US$ 900 milhões em marketing por parte da indústria.

Quanto mais, melhor?

Evidências científicas acerca de benefícios relacionados a suplementação são praticamente inexistentes. Em publicação recente no JAMA, a Força Tarefa de Serviços de Prevenção (USPSTF), analisando dados de 84 artigos envolvendo quase 740.000 pacientes, concluiu que os dados são insuficientes para determinar benefícios ou riscos no uso de vitaminas, isoladamente ou em associação, para redução do risco de doenças cardiovasculares ou câncer. Mais que isso: a suplementação de beta-caroteno (com ou sem Vitamina A) foi associada a um possível maior risco de câncer de pulmão e mortalidade geral e cardiovascular. Para a Vitamina E, a entidade sugere ausência de benefício e se posiciona contra a suplementação dessas duas substâncias.

Nas circunstâncias certas, os suplementos têm benefícios para a saúde.

As deficiências de vitaminas e minerais são causas de várias enfermidades. Para gestantes ou mulheres planejando engravidar, a suplementação de ácido fólico é recomendada para prevenir defeitos do tubo neural e o ferro é recomendado para prevenir parto prematuro e baixo peso ao nascer, além de melhorar o desenvolvimento do cérebro fetal. Pessoas com osteoporose ou baixa massa óssea devem suplementar vitamina D e Cálcio. Multivitamínicos são componentes obrigatórios na prescrição de pacientes submetidos a cirurgias disabsortivas para pera de peso.

Coma bem, viva com saúde

Os esforços individuais e de políticas públicas de saúde devem se concentrar em incentivar cuidados preventivos regulares, seguir uma dieta saudável, praticar exercícios, manter um peso adequado e parar de fumar. Controle de fatores de risco como Hipertensão, Diabetes e Dislipidemia também fazem parte de recomendações populacionais. Uma dieta variada, rica em frutas, legumes e verduras é capaz de fornecer quantidades adequadas desses nutrientes, não havendo qualquer indicação de avaliação laboratorial dos seus níveis séricos ou de suplementação desnecessária.



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Sobre o autor

Luciano Albuquerque

Preceptor da residência em Endocrinologia do HC-UFPE e da residência em Clínica Média do Hospital Otávio de Freitas. Presidente da SBEM regional Pernambuco no biênio 2019-2020.

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