fbpx
Diabetes

Estudo EMPA-KIDNEY: Retardo na progressão da doença renal

renal
Escrito por Luciano Albuquerque

A doença renal crônica (DRC) é caracteristicamente progressiva, sendo a diminuição gradual da taxa de filtração glomerular (TFG) e a presença de albuminúria os principais marcadores no desenvolvimento de insuficiência renal. Retardar tal progressão e evitar diálise ou transplante renal é um objetivo a ser perseguido.

Grandes estudos envolvendo pacientes com doença renal diabética e albuminúria mostraram que os inibidores do sistema renina-angiotensina (RAS), inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 (iSGLT2) e o antagonista do receptor mineralocorticóide não esteróide finerenona reduziram o risco de progressão  à insuficiência renal.

O estudo EMPA-KIDNEY, recém publicado no NEJM, vem trazer mais informações sobre o tema. Dessa vez, somos apresentados aos resultados da empagliflozina, um inibidor de SGLT2, no retardo da progressão da doença renal e doença cardiovascular, além de examinar o perfil de segurança do medicamento em um maior espectro de pacientes com DRC.

Um total de 6.609 pacientes foram acompanhados por cerca de 2 anos. O tratamento com empagliflozina reduziu em 28% o desfecho primário de progressão da doença renal ou morte por causas cardiovasculares (13,1% x 16,9%, razão de risco, 0,72; P <0,001). A proteção foi independente da presença ou não de diabetes e consistente entre os diferentes intervalos de TFG. Alem disso a empagliflozina também reduziu a taxa de hospitalização por qualquer causa em 14%. As taxas de eventos adversos graves foram semelhantes nos dois grupos.

O estudo EMPA-KIDNEY traz informações pela maior diversidade da população estudada: foram 3.569 pacientes (54,0%) sem diabetes, 2.282 pacientes (34,5%) com eGFR inferior a 30 ml/min/1,73 m2 e 3.192 pacientes (48,3%) com uma relação albumina/creatinina urinária inferior a 300.

Os achados reforçam os benefícios dos iSGLT2 em pacientes sob risco de progressão de perda de função renal. Somados os resultados de proteção cardiovascular e de hospitalização por IC, tais agentes se consolidam na rotina da prescrição nos diversos cenários.



Banner

Banner

Banner

Sobre o autor

Luciano Albuquerque

Preceptor da residência em Endocrinologia do HC-UFPE e da residência em Clínica Média do Hospital Otávio de Freitas. Presidente da SBEM regional Pernambuco no biênio 2019-2020.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: