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Pitavastatina reduz risco cardiovascular em indivíduos com infecção pelo HIV

Escrito por Erik Trovao

A infecção pelo HIV está associada a um aumento de risco cardiovascular (2 vezes a mais do que na população geral) e esta associação parece ir além da presença dos fatores de risco tradicionais. No entanto, as evidências ainda são escassas quando se trata de intervenção terapêutica nesses pacientes com o objetivo de prevenção primária. 

Ao mesmo tempo, o uso de estatinas em indivíduos com infecção pelo HIV encontra uma certa limitação, em virtude de não podermos utilizar qualquer estatina, devido à interação medicamentosa com os antirretrovirais. É o caso da sinvastatina e da atorvastatina. Já pravastatina e pitavastatina podem ser utilizadas. Mas será que este uso reduz risco cardiovascular nestes pacientes?

Segundo o estudo REPRIEVE, publicado no último mês de julho no The New England Journal of Medicine, a resposta é sim para o uso de pitavastatina em indivíduos com infecção pelo HIV na prevenção primária.

Esse foi um estudo de fase 3 que incluiu 7769 indivíduos com infecção pelo HIV, com mediana de idade de 50 anos, com risco baixo a moderado de doença cardiovascular e que estavam sendo tratados com terapia antirretroviral.  Os participantes foram randomizamos para usar pitavastatina, na dose de 4mg/dia, ou placebo.

Após um seguimento médio de 5,1 anos, o estudo foi interrompido pela constatação de benéfico da pitavastatina. A incidência de algum evento adverso cardiovascular foi de 4.81 por 1000 pessoas ao ano no grupo da pitavastatina e de 7.32 por 1000 pessoas ao ano no grupo placebo; uma diferença estatisticamente significativa.

A mediana do nível basal de LDL-colesterol foi similar nos dois grupos, reduzindo de 107 para 74 mg/dl no grupo da pitavastatina e de 106 para 105 mg/dl no grupo placebo.

Em relação aos eventos adversos, sintomas musculares e diabetes mellitus foram mais comuns no grupo da pitavastatina. No entanto, a diferença para o grupo placebo foi pequena e é importante lembrar que, no grupo das estatinas, a pitavastatina é a que menos se associa a estas complicações.

Conclui-se, portanto, que a pitavastatina em indivíduos com infecção pelo HIV é eficaz em reduzir o risco de eventos cardiovasculares.



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Erik Trovao

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