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Diabetes

Sistema flash no SUS? – posicionamento da SBD

Escrito por Ícaro Sampaio

Neste mês de dezembro, a Sociedade Brasileira de Diabetes publicou um importante posicionamento sobre a disponibilização do Sistema Flash de Monitoramento Contínuo de Glicose no SUS. Para quem não está ainda familiarizado com essa tecnologia, é importante entender alguns conceitos sobre o tema: o  monitoramento contínuo de glicose (continuous glucose monitoring ou CGM) mede a glicose no líquido intersticial de forma contínua, enquanto o Sistema flash do monitoramento contínuo de glicose (SFMG) é uma modalidade de CGM cujos dados armazenados podem ser carregados a qualquer momento.

Como funciona o SFMG? 

Pertence à classe de sistema “flash” de monitoramento contínuo da glicose intersticial, que oferece leituras desta glicose minuto a minuto e armazena informações no próprio sensor em intervalos de 15 minutos, além de disponibilizar informações das últimas 8 horas. A leitura de glicose intersticial é feita sob demanda; os valores não são mostrados constantemente no leitor/aplicativo. O usuário obtém estes valores em tempo real ao aproximar os dois componentes, leitor/aplicativo e sensor.

Quais são as vantagens?

O SFMG demonstrou bom desempenho clínico com acurácia medida através da Diferença Relativa Absoluta Média (MARD) de 9,2% ao comparar com os níveis de glicemia venosa plasmática obtida laboratorialmente ao longo dos 14 dias. Com o uso deste dispositivo é possível ir além das informações pontuais da tradicional glicemia capilar, sendo possível verificar as tendências de estabilidade, de queda, ou de aumento dos níveis glicêmicos, visualizados por meio das setas de tendência, possibilitando a realização de intervenções mais precisas sobre o controle da glicose. O uso do SFMG permite o gerenciamento destas variações e dos perfis diários; e, através das informações obtidas, a tomada de decisões terapêuticas imediatas e/ou modificações de hábitos de vida.

Quais são os benefícios no controle glicêmico? 

Evidências de ensaios clínicos e de estudos de vida real demonstram que a utilização do SFMG resultou em redução importante na ocorrência de e no tempo em hipoglicemia nível 1 (nível de glicose <70 mg/dL), e especialmente com relação à hipoglicemia nível 2 (nível de glicose <54 mg/dL) tanto para pessoas com DM1 incluindo população pediátrica, quanto para pessoas com DM2 e Diabetes Gestacional. O benefício clínico da utilização de SFMG foi comprovado por diver- sos estudos, incluindo revisões sistemáticas, nos quais o uso do SFMG foi associado a uma redução de HbA1c.

Diante do exposto, qual é a recomendação da SBD sobre a implementação dessa tecnologia no SUS?

Fonte: Posicionamento SBD 01/02023
Vale lembrar que o dispositivo ainda não foi aprovado para uso no sistema público de saúde brasileiro.


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Sobre o autor

Ícaro Sampaio

Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco
Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro - BA
Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE
Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Editor Endocrinopapers
Médico Endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

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