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Obesidade

Benefícios do exercício físico na DHGNA.

Escrito por Luciano Albuquerque

A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (DHGNA) já acomete 25% da população mundial, podendo chegar a números acima de 90% na população obesa. Abrange amplo espectro clínico, variando de esteatose (conteúdo aumentado de gordura hepática), a esteato-hepatite (NASH) onde ocorre inflamação e fibrose, podendo evoluir para cirrose e hepatocarcinoma. Em boa parte dos casos está associada fatores de risco cardiovasculares como obesidade, diabetes e síndrome metabólica.

Para o tratamento da DHGNA, mudanças do estilo de vida (MEV), com redução de peso corporal são a primeira escolha. Embora reduções em torno de 3% do peso corporal já resultem em melhora, perdas maiores do que 5 a 7% são necessárias para reduzir a inflamação e estabilizar a fibrose. Pioglitazona, orlistate, liraglutida, semaglutida e tirzepatida, além dos iSGLT2 canagliflozina, dapagliflozina e empagliflozin são agentes farmacológicos com potenciais benefícios, ficando reservados para a falha do tratamento não farmacológico e na eventual evidência de inflamação e/ou fibrose hepática.

Uma nova revisão sistemática e meta-análise, recém-publicada no American Journal of Gastroenterology, avaliou os benefícios do exercício físico na DHGNA. Os autores agruparam dados de 14 estudos, envolvendo um total de 551 indivíduos. O desfecho primário foi redução relativa ≥30% na gordura hepática medida por ressonância magnética (limiar associado à melhora histológica na atividade da doença). Uma dose de exercício de ≥750 METs.min/semana (por exemplo, 150 min/semana de caminhada rápida) resultou em resposta significativa ao tratamento (OR 3,73, IC 95% 1,34–10,41, P = 0,010), mas doses menores de exercício não. A resposta ao tratamento foi independente da perda de peso corporal clinicamente significativa (>5%).

Diante dos números crescentes na incidência de obesidade, o resultado do estudo é uma boa notícia para as pessoas que vivem com DHGNA. O exercício físico desponta como uma ferramenta bastante simples para melhorar a saúde do fígado, com benefícios que se estendem além da perda de peso. E aí, vamos treinar?



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Sobre o autor

Luciano Albuquerque

Preceptor da residência em Endocrinologia do HC-UFPE e da residência em Clínica Média do Hospital Otávio de Freitas. Presidente da SBEM regional Pernambuco no biênio 2019-2020.

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