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Obesidade

Survodutida: vem aí mais uma droga anti-obesidade?

Escrito por Erik Trovao

É inegável que os coagonistas parecem despontar como o futuro do tratamento da obesidade. Basta ver os resultados promissores com tirzepatida e retatrutida. Um outro coagonista, survodutida, parece estar vindo para complementar este arsenal terapêutico. Trata-se de um agonista dual GLP1-glucagon.

Em estudos pré-clínicos, survodutida foi mais eficaz do que a semaglutida em reduzir o peso de modelos animais. Estudo de fase 2 com a droga em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) também evidenciou uma maior perda de peso com survodutida do que com semaglutida.

Acredita-se que o agonismo do receptor do glucagon seja o responsável por este efeito adicional sobre o peso quando comparado aos monoagonistas. Afinal, a ativação dos receptores de glucagon aumenta o gasto enérgico, através do estímulo da glicogenólise no fígado e da lipólise no tecido adiposo.

E mais um estudo recentemente publicado vem reforçar a eficácia deste novo coagonista. Trata-se também de um estudo de fase 2, multicêntrico, randomizado e placebo-controlado, que inclui indivíduos com índice de massa corpórea (IMC) de 27 ou mais e sem DM2.

As doses de survodutida avaliadas foram: 0,6mg; 2,4mg; 3,6 mg e 4,8mg; todas aplicadas uma vez por semana. O período de escalonamento de dose foi de 20 semanas e o de manutenção de 26 semanas.

Como esperado, todas as doses foram superiores ao placebo na redução percentual do peso basal, com melhor eficácia das doses maiores. Enquanto a dose de 0,6mg/semana reduziu em 6,2% o peso corporal na semana 46 (final do estudo), a dose de 4,8mg/semana reduziu em 14,9%.

Vale ressaltar que, ao analisar a curva de queda do peso, percebe-se que, na semana 46, a perda de peso com a droga ainda não havia atingido um platô (especialmente com as doses maiores), de forma que podemos inferir que, talvez, a perda de peso seja maior com mais tempo de uso.

O estudo também demonstrou tolerabilidade da droga. Embora os eventos adversos, especialmente gastrointestinais, tenham sido frequentes (ocorreram em 75% do grupo que recebeu survodutida), eventos considerados sérios foi menos prevalente do que no grupo placebo.

Descontinuação por efeito adverso ocorreu em 25% dos indivíduos utilizando survodutida. Porém, como ocorre com os demais representantes desta classe medicamentosa, esta descontinuação foi mais frequente durante a fase de escalonamento da dose.

Em conclusão, neste estudo de fase 2, a droga foi considerada segura e eficaz para o tratamento do sobrepeso e da obesidade. No entanto, é preciso aguardar o estudo de fase 3 para que possamos vislumbrar a sua aprovação pelos órgãos reguladores.

 



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Sobre o autor

Erik Trovao

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